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Em expansão, Agronorte quer construir armazéns próprios

Expectativa da empresa é movimentar cerca de 100 mil toneladas a partir da temporada.

(* Acima foto reprodução: de duas reportagem a respeito da Empresa Agronorte vinculada no dia

17/10/2023.

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Sentados à mesa de um restaurante em São Paulo, Gilmar Carvalho e os filhos, Vinícius e Mayara, tratam-se pelo primeiro nome. Acontece que ali, naquele momento, eles não eram apenas família, mas também presidente e diretores da Agronorte, uma das maiores empresas do agronegócio da Região Norte do país.


A pequena comitiva saiu de Tocantinópolis, município com 22 mil habitantes no norte de Tocantins, para apresentar seus números a grandes bancos na capital paulista. O objetivo era sondar as condições de mercado para um empréstimo de R$ 120 milhões, a ser usado na construção de armazéns — um deles, em Pedro Afonso (TO) — e de uma nova fábrica de rações.


Carvalho disse que o crescimento orgânico da empresa tem sido satisfatório, mas, caso o crédito venha com juros baixos, será bem-vindo para reforçar a capacidade de investimento. “A gente busca um capital que não prejudique o nosso fluxo de caixa”, frisou.


A Agronorte cresceu significativamente desde que Gilmar Carvalho a comprou em 1985. Ele transformou o negócio — uma revenda avaliada em R$ 500 mil — em uma companhia com múltiplas operações e que movimenta R$ 700 milhões ao ano, apurou a Globo Rural.


Os negócios da companhia incluem armazenagem, trading de cereais (mercados interno e externo), logística de insumos, revendas agropecuárias, fabricação de rações animais, posto de combustível e loja de conveniência, fazendas de pecuária (cria, recria) e piscicultura.


Hoje, a operação de grãos é feita com um armazém alugado, que tem capacidade para 14 mil toneladas e por onde passam 50 mil toneladas por safra. Já o armazém próprio terá capacidade para 36 mil toneladas, e a expectativa é movimentar cerca de 100 mil toneladas a partir da temporada 2024/25.


A armazenagem representa apenas 1% do faturamento da companhia, que é formado principalmente pela originação de grãos (60%) e pela fábrica de rações (25%). O posto de gasolina e a revenda de insumos respondem por 7% do todo cada um.

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“A armazenagem é mais para incluir na prestação do serviço, porque um originador com armazém soa dez vezes mais interessante. Nós queremos também, em 2025, construir dois armazéns próximos aos portos”, contou Gilmar Carvalho.


Também estão nos planos da Agronorte um segundo armazém, no Maranhão, e uma segunda fábrica de ração. Atualmente, o negócio já possui uma fábrica de comida para animais com capacidade para 12 mil toneladas de ração ao mês. A nova fábrica começará a operar com capacidade para 15 mil toneladas, volume que deve triplicar quando as obras estiverem completas.


Vinicius e Mayara começaram a trabalhar na Agronorte quando eram adolescentes, como office boy e secretária. Eles deixaram Tocantinópolis para estudar em Goiânia e no Distrito Federal no Ensino Médio. Fizeram faculdade, cogitaram não voltar para a terra natal, mas retornaram. A paixão introjetada nos dois por Gilmar falava mais alto.


Eu lembro de sentar na cadeira do meu pai aos oito anos e brincar com os funcionários que um dia eu ia ser a patroa deles”, contou Mayara. “Ele sempre perguntou se a gente tinha interesse naquilo. Porque ele, fosse para mexer sozinho, ele não faria”.


Os irmãos assumiram cargos de direção na Agronorte em 2012 e 2015, respectivamente. Ele é responsável pela fábrica de rações e ela, pelo posto de combustível. “Eu tinha muito medo de ter herdeiros, é a pior coisa do mundo. Fazer herdeiro é muito fácil. Sucessor, não”, disse Gilmar Carvalho.
Além de Vinicius e Mayara, a mãe, Luci Cleide, e o irmão caçula, Hyago, também trabalham na companhia e integram o conselho, agora formalmente. Como pares, têm direito a um voto nas decisões que ditarão o futuro da empresa.


No processo de sucessão, os filhos trazem novas perspectivas para a Agronorte. Enquanto o pai é mais desconfiado em relação à entrada de um investidor — “gente que não conhece o calor da fábrica”, nas palavras dele — Vinicius é mais aberto a sonhar com uma oferta pública inicial (IPO) ou mesmo com parcerias estratégicas em alguns segmentos.

(Revista Globo Rural Online/SP – 17/10/2023)

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